Análise e Opinião

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Análise técnica: uma breve introdução para leigos

Por
Bernardo Frade

A especulação chama muita atenção na renda variável por oferecer oportunidades para ganhar dinheiro no curto prazo – e acima da média do mercado. Outra vantagem dela é proporcionar chances de lucro mesmo com a bolsa em queda.

Entretanto, é importante saber que especular não significa realizar apostas e contar com a sorte. Pelo contrário, resultados consistentes só podem vir quando o especulador tem uma boa estratégia para analisar o mercado.

Um dos recursos mais utilizados é a análise técnica. Por isso, trouxemos uma explicação básica para leigos no assunto neste post. Continue a leitura e acompanhe uma breve introdução à análise técnica!

O que é a análise técnica?

A análise técnica também pode ser chamada de análise gráfica. Ela consiste em observar alguns elementos importantes do mercado financeiro para tomar decisões de curto prazo na bolsa de valores.

Uma de suas bases é a Teoria de Dow, que afirma que os preços praticados na bolsa de valores refletem todos os acontecimentos importantes do mercado. Ou seja, as notícias e outras questões mais amplas influenciam diretamente neles.

Logo, é possível analisar os ativos e derivativos a partir da observação dos gráficos que mostram os movimentos deles no mercado — especialmente o volume de compra e venda e os seus preços. Isso acontece porque os investidores e especuladores reagem, entre outros aspectos, às notícias.

Quando algo importante ocorre na economia se podem ver quase instantaneamente as consequências do fenômeno sobre o preço negociado na bolsa. Logo, a análise técnica pode ser utilizada para lucrar com as oscilações.

Ela é usada por traders, que são os especuladores da bolsa. O intervalo de análise depende dos objetivos de cada pessoa. Por exemplo, para realização de day trade são consideradas variações dentro de um mesmo dia. Em outros tipos, podem se avaliar alguns dias, semanas ou meses.

Como ela funciona?

A origem da análise técnica se remete ao século XVIII, no Japão. Na época, o investidor Munehisa Homma operava na bolsa de arroz e desenvolveu uma estratégia para representar graficamente os movimentos de preços no mercado.

Com o tempo, a análise gráfica passou a ser a mais utilizada por especuladores em diversos países. Além da teoria de Dow, ela também se baseia no fato de que o mercado costuma oscilar por tendências.

Ou seja, uma determinada tendência de queda dos preços costuma ser seguida por um movimento de alta — variando, claro, no ritmo de mudança entre as tendências e na força dos padrões para baixo e para cima.

Então, a tarefa do trade é observar os gráficos e perceber oportunidades. Ao prever uma tendência de alta, ele pode adquirir papéis para revender mais caro. No cenário oposto, pode realizar operações para ganhar dinheiro com a queda.

O objetivo principal é perceber através dos gráficos o melhor momento para comprar ou vender um ativo. Guiando-se pelos padrões e fazendo uma análise de qualidade, fica mais fácil acertar as previsões e diminuir o risco de prejuízo na bolsa.

Quais as diferenças entre a análise gráfica e a análise fundamentalista?

A análise técnica não é a única estratégia utilizada para tomar decisões na bolsa. Como você viu, ela é a principal ferramenta de especuladores. Já os investidores precisam de outra maneira para avaliar suas escolhas.

A explicação para as diferenças entre as duas formas de análise está no intuito de cada pessoa na renda variável. O especulador busca lucros no curto prazo, baseado principalmente nas tendências de preço.

Logo, ele não precisa pensar sobre a qualidade dos ativos que está negociando. Afinal, eles serão vendidos logo depois. O ideal é avaliar o volume de negociações e o preço dos ativos, de modo a identificar oportunidades para aproveitar as oscilações e lucrar.

De outro lado, o investidor está voltado para o longo prazo. O seu objetivo não é vender os ativos em breve, mas continuar com eles por anos ou até mesmo décadas. Então, a análise técnica não tem grande utilidade para ele.

Investidores utilizam a análise fundamentalista — que se baseia em fundamentos de empresas ou fundos para escolher as melhores oportunidades de ter na carteira. Em vez de gráficos, são consideradas informações qualitativas e análises mais amplas sobre a saúde financeira da empresa.

Como fazer uma análise técnica?

Se o seu desejo é ter ganhos no curto prazo com ações ou derivativos, entender uma introdução de análise técnica para leigos é o passo inicial. Mas para quem a ferramenta é indicada?

Em primeiro lugar, para pessoas que tenham perfil arrojado. Ou seja, aceitem se expor a riscos mais altos nas oscilações da bolsa. Além disso, é importante buscar conhecimento mais profundo sobre o mercado para manejar suas decisões da melhor forma.

Saber como funcionam os gráficos é mais um cuidado relevante. Eles se apresentam em dois eixos — um representa o tempo e o outro a variação de preços.

Agora, veja quais são os principais conceitos considerados em uma análise técnica:

Suporte e resistência

Como você viu, o mercado costuma se movimentar por tendências. Um dos principais trunfos do especulador para conseguir lucros significativos é perceber o momento de troca da tendência. Por exemplo, o período em que um movimento de baixa dá lugar a uma recuperação.

O suporte representa o ponto em que existe maior concentração de investidores ou especuladores procurando o ativo para compra. Então, a tendência é que seu preço comece a subir pelo aumento da procura.

Já a resistência representa o padrão contrário: é o ponto em que o ativo está com preços mais altos e não encontra tantas pessoas interessadas em comprá-los. Consequentemente, o esperado é que a tendência de alta se transforme em baixa de preços.

Bandas de Bollinger

As bandas de Bollinger são um conceito da análise gráfica que mostra um limite para as variações de determinado ativo. Em geral, cada ativo apresenta uma espécie de faixa de preços média na qual varia.

Assim, as bandas mostram qual é normalmente o preço mínimo e o preço máximo que ele pode chegar. As informações ajudam os especuladores a decidirem o momento de comprar ou vender.

Volume financeiro

O volume financeiro é um indicador que vai além do preço. Ele mostra a quantidade de dinheiro que está sendo negociada. Isto é, o especulador pode ver se existem poucas ou muitas pessoas interessadas em um ativo.

Considerá-lo é importante para complementar o estudo das suas tendências de preço. Porque uma demanda de maior volume financeiro traz mais força para a tendência – podendo elevar as oportunidades.

Depois de chegar ao final deste post você teve contato com uma introdução de análise técnica para leigos. O que achou sobre o tema?

Se o assunto despertou seu interesse, vale a pena estudar mais sobre ele e se preparar para ter bons resultados na bolsa!

Gostou deste conteúdo? Aproveite para saber mais sobre a especulação financeira!