Análise e Opinião

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Como ganhar da inflação e proteger seus investimentos em 2022?

Por
Luiz Alberto Caser

Fim de 2021.  Se fizéssemos um flashback do ano teríamos as seguintes características: juros altos, pressão inflacionária, recessão batendo à porta e, para coroar tudo, eleições. Bola de cristal vêm com um defeito de fábrica: elas são ruins quando o assunto é investimentos. Por isso, a recomendação sempre será pensar no longo prazo.

Preparar-se para 2022, nesse contexto, significa distribuir seus recursos em diferentes aplicações que, em conjunto, sejam capazes de evitar a perda do poder de compra e ainda buscar algum rendimento acima da inflação.

É importante dividir a carteira em grupos de aplicações proporcionais. Com o cenário para 2022 de certa forma diagnosticado, os títulos de renda fixa e de fácil liquidez, principalmente no caso de investidores com incertezas pessoais no horizonte, como instabilidade no emprego ou perspectivas de aumento nos gastos por questões pessoais ou familiares passam a ser cada vez mais relevantes.

Entre as opções de renda fixa, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixado funciona como um porto seguro neste momento, pois oferece possibilidade de liquidez diária e proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil, com rendimento igual ou superior ao da taxa do CDI (Certificado de Depósitos Interbancários), que tem como referência os juros.

Em um contexto de inflação em alta, o viés mais conservador atrelado à elevação da Selic (taxa básica de juros) tende a trazer alguma proteção ao dinheiro.

Ainda considerando que a alta no custo de vida pode persistir, outra parte da carteira pode ser depositada em títulos atrelados à inflação. O Tesouro IPCA, por exemplo, que acompanha o índice inflacionário oficial do país, é a opção mais conservadora.

Ir além das fronteiras domésticas sem sair do Brasil também pode ser uma oportunidade. No caso da aplicação no mercado externo, desde o ano passado o acesso é facilitado ao investidor comum pelos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos emitidos por instituições financeiras brasileiras com rendimento vinculado ao de ações de empresas estrangeiras.

Com o dólar ameaçando permanecer em alta, assim como ocorre com os fundos cambiais, o investimento em BDR funciona como uma proteção à flutuação da moeda americana.

Eis algumas formas de ganhar da inflação e, concomitantemente, proteger seu patrimônio. Sempre bom lembrar que, antes de decidir dentre as opções comentadas, é fundamental dividir seus objetivos com um assessor de investimentos. Aqui não há recomendações. Contudo, o diálogo junto ao assessor pode ser bem frutífero às suas conquistas.