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Investir em BDR ou abrir conta no exterior: qual a melhor alternativa para você?

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Uma das formas de diversificar a carteira e diminuir sua exposição ao chamado risco-Brasil é buscar alternativas no mercado internacional. Porém, isso pode envolver abrir uma conta no exterior e ter que lidar com burocracia e altos custos.

Entretanto, existem alternativas acessíveis para quem deseja se expor ao mercado internacional sem precisar sair ou tirar o dinheiro do Brasil. Uma das possibilidades é o investimento em BDRs, disponíveis na bolsa de valores brasileira, a B3.

Se você quer saber mais sobre essa alternativa, continue a leitura deste artigo. Ao final, ficará mais fácil decidir se vale mais a pena abrir conta no exterior ou investir em BDR.

Não perca!

O que é um BDR?

BDR é a abreviação de brazilian depositary receipts ou certificado de depósito de valores mobiliários. Essa é uma alternativa de renda variável lastreada em um investimento internacional.

Até o ano de 2020, esses certificados somente podiam ter lastro em ações de empresas estrangeiras. Porém, no final daquele ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado nacional, decidiu mudar as regras de emissão e acesso ao investimento.

Com a mudança, os BDRs passaram a ter lastro em títulos públicos estrangeiros, ETFs (fundos de índice) e muito mais. Contudo, tenha em mente que, ao fazer o aporte nessa alternativa, você não estará investindo diretamente nos ativos internacionais, mas em um certificado atrelado a eles.

Além disso, até 2020 os BDRs eram restritos aos investidores qualificados — aqueles com mais de R$ 1 milhão investidos ou com certificação profissional para atuar no mercado financeiro. Com a mudança, os certificados passaram a ser negociados por investidores em geral.

Logo, para adquiri-los, basta ter conta junto a uma corretora de valores nacional e acesso a um home broker. A compra e venda de BDRs é semelhante à negociação de ações, sendo necessário saber o código de negociação (ticker) do certificado desejado.

Como os BDRs funcionam?

Como visto, a emissão de BDRs é organizada e fiscalizada pela CVM. O procedimento depende de uma instituição financeira (chamada de depositária). Ela realiza os investimentos nos mercados internacionais e os mantém bloqueados junto a um agente custodiante.

Na sequência, a depositária emite os BDRs lastreando-os nos investimentos realizados e, depois, os disponibiliza na B3. A negociação é feita em reais e qualquer interessado pode comprá-los ou vendê-los.

A depositária ainda fica responsável por traduzir e divulgar os relatórios financeiros e notícias importantes acerca dos investimentos que dão lastro aos BDRs. Também é comum que ela repasse aos investidores todos os proventos recebidos no exterior, como os dividendos.

Como funciona o investimento direto no exterior?

Além do investimento indireto, é possível se expor ao mercado internacional investindo diretamente no exterior. Porém, isso pode envolver maiores custos e burocracia, o que torna essencial entender como funciona o processo.

O primeiro passo para aqueles que desejam investir de forma direta nos ativos internacionais é procurar por uma corretora de valores do país em que deseja fazer os aportes. É preciso ter atenção nesse ponto, pois não são todas as instituições que permitem a abertura de conta por investidores estrangeiros.

Após abrir a conta, é preciso fazer o câmbio de moedas. Isso porque, nas bolsas internacionais, os ativos são negociados na moeda local. Logo, os custos tendem a ser maiores, especialmente diante da cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na conversão do real para outras moedas.

Ademais, o investidor poderá ser cobrado com taxas de manutenção de conta, plataforma de negociação, entre outras. Vale destacar que esses custos incidem em moedas internacionais e, dependendo da cotação do real, podem onerar ainda mais o investimento.

Quais são as vantagens e riscos dessas alternativas?

Sabendo agora como os BDRs e o investimento direto no exterior funcionam, é comum se perguntar sobre as vantagens e riscos de cada alternativa.

Na prática, ambas as alternativas permitem a diversificação e internacionalização de sua carteira. Afinal, a realização de investimentos pautados em outras economias distribui os riscos relacionados às atividades político-econômicas nacionais.

O investidor também estará protegido contra a desvalorização do real frente a outras moedas. Por exemplo, o dólar costuma ter correlação negativa com a bolsa brasileira. Ou seja, em períodos em que a bolsa está em queda, é comum observar o dólar valorizando e vice-versa.

Logo, se expor a alternativas dolarizadas permite se proteger contra períodos de baixa no mercado nacional.

Seja no investimento direto ou nos BDRs, o investidor consegue participar dos resultados e receber dividendos de companhias, por exemplo. Assim, ambas podem ser alternativas para quem busca o recebimento de renda passiva.

As vantagens que os BDRs têm sobre o investimento direto são a praticidade e um custo mais acessível. Isso porque, como foi visto, eles são negociados em reais na bolsa brasileira. Assim, você não precisará se submeter à burocracia de abrir conta no exterior, nem ter gastos com câmbio.

Em relação aos riscos, é pertinente mencionar que tanto o investimento direto quanto os BDRs integram a renda variável. Isso significa que não é possível prever os seus resultados. Portanto, há riscos de realizar prejuízos.

Qual a melhor alternativa para você?

Ao chegar até aqui, você já tem mais informações para auxiliar em sua decisão sobre investir em BDRs ou abrir uma conta no exterior e investir por conta própria.

Independentemente da escolha, tenha em mente que toda a decisão de investimento deve ser tomada a partir da análise do seu perfil de investidor e objetivos no mercado. Logo, trata-se de uma decisão individual e que deve ser realizada após uma avaliação profunda do próprio investidor sobre a sua situação e expectativas.

Agora que você aprendeu que abrir uma conta no exterior pode envolver maior burocracia e custos, talvez possa se interessar pelos BDRs. Mas, caso você precise de ajuda para entender melhor essas alternativas, não deixe de consultar um profissional qualificado.

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