Em meados do século 16, o território holandês ou estava debaixo d’água ou sofria frequentemente com enchentes. Além de recorrente, o fato é normal para uma região encurralada entre o mar e dois enormes rios que transformavam, em determinadas épocas, a Holanda em labirintos de rios menores.
Como se pode imaginar, era bastante difícil conviver com esses fenômenos naturais. No entanto, os holandeses aprenderam a se reunir para domar a natureza e criar estratégias a longo prazo. Criaram canais e represas, às quais muitas nomeiam as principais cidades da Holanda. Amsterdã, por exemplo, é uma represa do rio Amstel e Rotterdã, do rio Rotte. Vem daí a parte fundamental para entendermos o ditado: “Deus criou o mundo, os holandeses a Holanda.”
Detalhe também especial é saber como eles criaram a bolsa. Vejamos! A Holanda, por não ter boas condições naturais, fez com que o sistema feudal não criasse raízes por lá. Dessa forma, todos eram livres e trabalhavam por conta própria, desenvolvendo o comércio, além de transformar-se como um dos berços do capitalismo.
A partir do desenvolvimento como nação, barcos de pescas, por exemplo, tornaram-se fábricas capazes de ficar até 2 meses em alto-mar. E foi justamente do mar, um dos “inimigos” da Holanda, que potencializou o avanço do comércio até chegar a bolsa.
No final do século 16, os holandeses desenvolveram um bom domínio de navegação. É neste contexto que surge um grande personagem: Jan Huygen. Através da sua experiência e estudos, Huygen fez um manual de como ganhar dinheiro com o comércio marinho. Esse manual tinha tudo que um navegador precisava saber para sair da Holanda e ir às Índias comprar especiarias e revende-las na Europa, com incríveis 700% de lucro.
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Assim, podemos concluir que a rota da fonte dos lucros exorbitantes estava conquistada, correto? Não, pelo contrário. A frota de navegação precisava de pessoas para financiá-los, já que o risco da empreitada era muito grande. A cada 22 barcos que saíam da Holanda, apenas 12 voltavam e com apenas metade da tripulação. Ou seja, era um risco muito grande subsidiar a atividade, mesmo com todo o manual traçado por Huygen, com lucros extraordinários.
Por isso era difícil convencer os grandes banqueiros a investir nesta empresa.
Sendo assim, a única maneira de levantar o projeto era diminuir o risco, ou melhor, pulverizá-lo. E foi o que aconteceu. A república reuniu as companhias de navios mercantes e convidou a população para se tornar sócia.
Dessa maneira, dividiu-se a empresa em milhares de partes para exercer o comércio, denominando o nome dessa atividade de bourse, ou seja, Bolsa.
1.143 pessoas compraram as ações das empresas, somando em um total de arrecadação de 6,5 milhões de guildas, o que corresponderia atualmente a US$ 220 milhões. Este passou a ser o valor de mercado da empresa.
O valor em questão pode significar pouco para nós que estamos acostumados com cifras em bilhões, mas se formos atualizá-lo para o valor de hoje, a empresa estaria valendo o equivalente ao McDonald’s, ou seja, US$ 120 bilhões.
Porque o nome Bolsa?
Conta a lenda que os investidores se reuniam em Bruges, cidade da Bélgica, tida como um centro comercial, no qual os comerciantes se hospedavam em um Hotel chamado Hôtel des Bourses (Hotel das Bolsas).
Outra teoria mais simples e provável é que os comerciantes e compradores usavam bolsas para carregar suas moedas. Em termos comparativos, encontramos essas bolsas em várias feiras espalhadas no Brasil, chamadas de Sacolão.
Dessa mesma forma, poderíamos pensar no porquê do nome ações. Ações, como nós a conhecemos no Brasil, seria algo realmente no sentido de agir, como se fizéssemos parte de um projeto para entrar em ação. Já nos EUA, temos um sentido diferente: “partes” ou shares como é conhecido por lá.