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Reserva de emergência: Saiba quanto guardar e onde investir

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Imprevistos podem acontecer a qualquer momento e estar preparado financeiramente para cobrir esse gasto, é fundamental para não ser pego de surpresa.

Sabemos que muitas vezes a insuficiência de educação financeira é a principal causa da falta de conhecimento da real necessidade de se ter uma reserva de emergência. Então, ter a organização financeira é um desafio para muitas pessoas.

No entanto, passar por dificuldades sempre que surgir uma emergência pode ser substituído pelo conhecimento e planejamento financeiro.

Além disso, se planejar para imprevistos é uma ferramenta muito importante para se alcançar a reserva de emergência almejada.

Pensando nisso, preparamos esse artigo para lhe orientar qual a melhor forma de começar a ter sua reserva de emergência. Acompanhe.

Indepedencia financeira- Coluna Leandrio Ferreira

O que é uma reserva de emergência?

Reserva de emergência é uma quantia de dinheiro que serve para qualquer situação que não estava previsto ser utilizado, para evitar contrair dívidas. De forma geral, é diferente de outros gastos tradicionais, pelo motivo de ter uma quantia como limite.

Portanto, deve-se evitar utilizar esse fundo para qualquer outra ocasião. Use este dinheiro exclusivamente para tratar de imprevistos com saúde, viagens urgentes, reparos na casa ou carro.

Outro ponto importante, não use a reserva de emergência para compras que não são de primeira necessidade e para aproveitar alguma promoção como Black Friday. Para isso, construa uma reserva de emergência de oportunidade.

Se você nunca aplicou essa regra de fundo de emergência, num primeiro momento pode parecer difícil. Contudo, de forma gradativa, você atingirá o valor necessário e terá mais tranquilidade para quando aparecer uma situação que será necessário usar essa reserva.

Como fazer sua reserva de emergência?

A reserva de emergência é sempre complementar a sua estratégia de investimentos. Não importa qual seja seu perfil de investidor tê-la é sempre essencial.

Portanto, a reserva precisa ser montada ao longo da sua vida, para casos de perda de emprego ou um imprevisto familiar. Assim você consegue se manter por um determinado período no seu estilo de vida até conseguir se reestruturar.

Nesse sentido, como o próprio nome diz, a reserva de emergência será usada para casos unicamente de emergência. Afinal, não se espera que precisaremos usar esse dinheiro.

Diante desse fato, a pergunta que você deve estar se fazendo é:

Quanto devo colocar na reserva de emergência?

Antes de pensar o quanto você deve poupar, existe um passo anterior que é o seu objetivo financeiro.

No entanto, ter apenas um objetivo financeiro não basta. Tanto o objetivo, quanto saber a quantia financeira de sua reserva são complementares. Nesse ponto, podemos tocar em um assunto muito importante nesse planejamento: custos fixos.

Os custos fixos são todas aquelas contas que você tem a obrigação de pagar como: contas de água e luz, aluguel, mensalidade de escola ou faculdade, mensalidade do condomínio, internet.

O cálculo que deve ser feito referente ao tempo que precisa estar protegido pela sua reserva de emergência, é a seguinte.

Custos fixos x número de meses que quero ter cobertura

Exemplo: R$2000,00 x 6 meses =R$12.000

Com esse valor definido, você deve guardar por mês R$2000,00 reais para ter a segurança que caso você tenha perda de renda, os seus principais gastos estarão pagos.

Defina seus objetivos

Ao conseguir estabelecer o quanto você irá destinar para sua reserva de emergência, é necessário decidir como equilibrar essa poupança em cada objetivo.

No mundo dos investimentos, nós relacionamos essa diversificação entre objetivos de curto, médio e longo prazo. E essa organização você também pode utilizar para diversificar essa reserva de emergência.

É necessário apenas, que você faça seu planejamento financeiro de forma organizada a contemplar todas as suas reais necessidades para uma reserva de emergência que vá lhe atender de forma funcional, sem abandonar pontos importantes na sua vida.

Portanto, definir essas particularidades inclui definir como distribuir sua reserva de acordo com os prazos, como:

  • Curto Prazo: Aloque itens relacionados a saúde; aluguel, condomínio, escola dos filhos,
  • Médio Prazo: Talvez você precise fazer uma viagem de emergência;
  • Longo Prazo: troca de carro ou casa.

Esses são alguns exemplos. Agora você deve se organizar para definir quais serão os objetivos financeiros da sua reserva de emergência.

Poupe antes de gastar

Saber como gastar parece desafiador, pelo fato de que a rotina de cada mês é sempre a mesma: boletos, cartão vencendo, mensalidade da escola dos filhos… e quando tudo isso é pago, muitas vezes o que sobra é muito pouco. Mas, tudo isso pode ser diferente se você tiver o hábito de fazer a reserva de emergência.

Você já ouviu a frase “se pagar antes de pagar suas contas”? Na prática esse conceito tem muitas verdades.

Priorizar a economia pagando a você antes de qualquer outro compromisso, e ter um objetivo consciente destinado a esse dinheiro que na prática, serão chave da mudança que você tanto precisa para perder o medo de faltar dinheiro para alguma emergência.

Assim sendo, lembre-se que o poupar antes de gastar é para garantir seu futuro financeiro é ter uma meta que você conseguirá atingir. Elencamos algumas dicas para você alcançar as suas metas:

  • Coloque todos os seus gastos em uma planilha;
  • Crie um investimento automático;
  • Estabeleça você como prioridade;
  • Faça o dinheiro trabalhar para você (investimentos com liquidez diária);
  • Tenha uma segunda renda.

Quais os melhores Investimentos para sua reserva de emergência?

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título público, negociado por meio da plataforma Tesouro Direto, do Governo Federal. Esse fato faz dele um dos investimentos mais seguros, pois seu emissor é a entidade econômica mais importante do país.

Ele é considerado por muitas pessoas como o substituto da poupança, entre os exemplos de renda fixa. Isso ocorre porque apresenta um rendimento maior, além de também ser mais simples.

Mais uma vantagem dessa opção em relação à poupança está no rendimento. O título rende todos os dias úteis, enquanto a caderneta tem rendimento mensal.

A dinâmica tem relação com sabe o que significa a data de referência da renda. Na poupança, ela está atrelada ao aniversário do depósito — que é quando ocorre o rendimento. No Tesouro Selic, os ganhos se acumulam diariamente.

Tesouro prefixado

A plataforma do Tesouro Direto também apresenta títulos do tipo prefixado. Em vez de acompanharem os índices da economia, eles oferecem uma taxa fixa para os investidores.

Logo, quem aplica alguma quantia nesses investimentos consegue calcular o quanto receberá no final do prazo já no momento de aporte.

Por exemplo, se você encontra um prefixado a 10% ao ano, basta aplicar os juros compostos para conhecer os valores que serão obtidos. Depois de subtrair impostos e taxas, é possível ver a quantia que terá no dia de resgatar o investimento.

Tesouro IPCA+

Ainda na plataforma do Governo Federal, existem os títulos que acompanham a taxa IPCA. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo é considerado o indicador oficial de inflação do Brasil. Você pode encontrar distintos Tesouros IPCA, diferindo em relação ao prazo e à rentabilidade.

Esses investimentos têm rentabilidade híbrida. Imagine, por exemplo, que determinado título ofereça rendimentos de 5% + IPCA. Isso representa que, por ano, o dinheiro renderá 5% a mais do que a inflação.

CDB

O CDB significa certificado de depósito bancário e é uma aplicação em renda fixa privada emitida por instituições financeiras. Como os demais investimentos, é possível encontrar CDBs pré ou pós-fixados.

Nos pós-fixados, a taxa costuma acompanhar o CDI — Certificado de Depósito Interbancário. Em termos práticos, a rentabilidade do CDI é bem próxima da Selic. Assim como os rendimentos, o prazo e a liquidez dos CDBs variam entre os títulos negociados.

A segurança quanto ao emissor dessa aplicação não é tão alta quanto a do Tesouro Direto. Entretanto, os investidores contam com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). A cobertura é de R$ 250 mil por CPF e instituição, com limite de R$ 1 milhão renovável a cada 4 anos.

Com isso, você fica mais seguro por saber que, caso o banco emissor do título quebre, você pode recuperar seu dinheiro segundo as regras do fundo garantidor. Sua principal função é reduzir o chamado risco de crédito.

O FGC repõe o dinheiro ao investidor, caso a instituição emissora dos títulos não realize o pagamento. Esse fundo cobre CDBs e outras aplicações emitidas por bancos, mas nem toda a renda fixa é coberta.

Fundo de Investimento

Os investidores que apresentam dificuldades para escolher suas aplicações sozinhos podem fazer isso por meio dos fundos de investimento. Os fundos de renda fixa são administrados por gestores profissionais, que escolhem os ativos que farão parte da sua carteira.

Os fundos são um tipo de investimento coletivo, em que você compra uma cota que lhe concede o direito a participar dos resultados do fundo. Como o dinheiro investido se junta ao de outros investidores, eles permitem acessar investimentos mais complexos e que exigem aportes maiores.

Mas é importante ter atenção: os fundos podem não ter a mesma segurança de títulos específicos. Alguns deles podem focar o portfólio em aplicações de maior risco, como debêntures. Logo, é preciso avaliar seu perfil e a estratégia do fundo antes de escolher.

FIDC

Os Fundos de Investimento em direitos creditórios (FIDC) também são fundos de renda fixa, mas se diferenciam por serem do crédito privado. Por isso, investem em ativos diferentes, que são os direitos creditórios de empresas que os cedem para securitizadoras.

Isso faz com que ofereçam mais riscos que fundos que aplicam prioritariamente em alternativas disponíveis no Tesouro Direto, por exemplo. Eles podem ser úteis para quem deseja diversificar. Contudo, é preciso ter em mente que, geralmente, a estratégia adotada pelo fundo é mais agressiva.

Poupança

A caderneta de poupança está presente na vida dos brasileiros desde 1861. É um produto oferecido por instituições financeiras, como os bancos. Em um primeiro momento, ela pode parecer uma boa ideia — especialmente por ser prática.

Contudo, existem pontos negativos. Um dos principais diz respeito à rentabilidade. Para depósitos feitos a partir de 2012, as regras de rendimento da poupança são as seguintes:

  • se a taxa Selic estiver acima de 8,5%, o rendimento é de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR);
  • se a Selic estiver igual ou menor que 8,5%, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Selic + TR.

Nos últimos meses, a taxa Selic subiu gradativamente e está em 12,75%. Então no mês de Junho de 2022 será de 0,5 + taxa TR.

Em alguns cenários, o dinheiro investido na caderneta rende menos do que a taxa de inflação. Assim, o investidor estaria, na verdade, perdendo poder de compra ao longo do tempo. Além disso, o rendimento é creditado apenas a cada mês de aniversário do investimento.

Outro ponto importante, caso você faça saque desse dinheiro na poupança antes do dia do aniversário de cada mês e crédito não será incluído nos seus ganhos.

É importante, também, ter em mente que a TR está zerada desde 2017. Assim, ela não representa nenhum ganho na rentabilidade. No final, os resultados do investidor podem ficar bem abaixo de outras opções do mercado financeiro.

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