Análise e Opinião

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Você investe em Títulos Públicos Federais? Conheça mais a respeito desse investimento de renda fixa

Por
Fabrício Lima

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Com o objetivo de captar recursos para financiar a dívida pública, o Governo brasileiro emite Títulos Públicos Federais  através do Tesouro Nacional. Por se tratar de renda fixa, o investidor conhece as condições de remuneração no momento da compra do papel e se carregar o título até o vencimento, a remuneração final será exatamente a contratada na aplicação.

Caso o investidor decida realizar uma venda antecipada, ou seja, antes do prazo final acordado, o Tesouro Nacional garante a recompra do título pelo seu valor de mercado, conferindo, portanto, uma das grandes vantagens desse produto que é a liquidez diária.

Diferentemente dos títulos de renda fixa privados (CDB, LCI, LH, LCA, Letra de Câmbio) que contam com a garantia do FGC (fundo privado garantidor de crédito), os títulos públicos são ainda mais seguros pois são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, podendo ser considerados como os investimentos de menor risco de crédito da economia brasileira. Sua garantia é o governo federal

 Os tipos de títulos públicos federais

O tesouro direto é uma excelente alternativa de investimento pois oferece diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia – Selic), com diferentes prazos de vencimento e diferentes fluxos de remuneração (pagamento de juros semestrais).

Os investimentos em títulos públicos podem ser feitos através da Plataforma de Renda Fixa da XP Investimentos ou do site do Tesouro Direto. Conheça abaixo as opções de Títulos Públicos Federais disponíveis no mercado:

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Fonte: https://www.tesourodireto.com.br/titulos/precos-e-taxas.htm). Acesso em 27/03/2022 às 13h12

E aqui vale um ponto de atenção: quanto maior o prazo de vencimento maior o risco (de mercado) para o investidor. Isso ocorre porque apesar desses títulos terem liquidez diária, as taxas oscilam ao longo do tempo, fazendo com que a rentabilidade possa ser maior ou menor do que a contratada. Esse efeito é uma consequência daquilo que chamamos de marcação a mercado.

Relação entre juros e preço dos títulos (marcação a mercado)

Primeiro, vale reforçar que as variações (ganhos ou perdas) causadas por um mecanismo chamado “marcação a mercado” só são colocadas em prática se o investidor decidir resgatar (vender) o ativo antes do prazo final. Caso contrário, receberá a remuneração que foi acordada no momento da aplicação e, por isso, não importará a oscilação ao longo do período.

Marcação a mercado significa que entre a data de compra e a de vencimento, o preço do título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros. Conforme podemos observar no exemplo abaixo, as taxas (parte pré-fixada, além da inflação) do Tesouro IPCA+ 2035 ao longo do tempo oscilaram de um pico de 7,80% em 21/01/2016 até a mínima de 2,87% em 04/11/2019. No momento em que escrevo este artigo (25/03/2022) a taxa está em 5,38%.

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Fonte: https://www.tesourodireto.com.br/titulos/historico-de-precos-e-taxas.htm. Acesso em 27/03/2022 às 13h32

Portanto, essas taxas oscilam ao longo dos anos e qualquer saída antecipada poderá conferir um ágil ou deságio no valor do seu título.

Ágil e deságio

Quando você compra um título público de renda fixa, o preço que paga leva em consideração uma projeção para curva de juros dos próximos anos. As expectativas para as taxas de juros no futuro são reflexos do risco que o mercado enxerga em relação ao cenário econômico do país.

Se a percepção de risco aumenta em virtude de uma inflação maior do que prevista, de um maior risco fiscal, tensões geopolíticas, entre outros motivos (como aconteceu durante o impeachment em 2016), ocorre o que chamamos de abertura na curva de juros que nada mais é do que uma mudança nas expectativas de juros, ou seja, a perspectiva para o futuro é que a taxa de juros aumente para um valor maior do que estava inicialmente projetado quando você comprou o seu título público.

Essa abertura na curva de juros acaba desvalorizando o valor presente do seu título: “quem vai querer comprar o seu IPCA+2,87% se na plataforma da XP é possível encontrar IPCA+5,38%?”. De maneira análoga, quando ocorre o fechamento da curva de juros, ou seja, uma perspectiva de queda de juros futuro (consequência de uma menor percepção de risco), ocorre a valorização do valor presente do seu título. O preço atual do título é inversamente proporcional à taxa de juros. Este pode ser um interessante momento para você realizar a venda antecipada do seu título.

A rentabilidade histórica do CDI e IPCA

Nos últimos 13 anos (mar/2009 a fev/2022), o CDI acumulou rentabilidade de 198,8%. Nesse mesmo período, um título IPCA+5,38% a.a. teria acumulado 318,61%. Enquanto isso, o Ibovespa – indicador do desempenho médio das ações negociadas na bolsa brasileira, acumulou 196,2% de rentabilidade. Em outras palavras, investir em IPCA+5,38% teria rendido 160,3% do CDI. Nada mal.
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Elaboração: pilulacapital; Fonte: https://br.investing.com/indices/bovespa-historical-data; https://www.debit.com.br/tabelas/tabela-completa.php?indice=cdi; https://www.debit.com.br/tabelas/tabela-completa.php?indice=ipca

É fundamental esclarecer que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura e que este estudo tem o caráter de educar os nossos leitores e investidores a respeito das vantagens e riscos ao investir em títulos públicos federais, não se tratando, portanto, de uma recomendação de compra. Caso tenha ficado interessado, terei prazer em explicar maiores detalhes a respeito desses produtos. Grande abraço e ótimos investimentos!